Contos


Um Conto Mágico!

Era uma vez uma menina chamada Clara que não acreditava em magia. Sempre que alguém dissesse que acreditava, ela começava a fazer troça dessa pessoa.

Um dia ao ler um texto na escola sobre fadas, explicou à professora: - Professora! As fadas não existem para que é que nós vamos ler esse texto? – E a professora muito admirada respondeu:

- As fadas podem não existir, mas é bom acreditar nelas, no texto diz que são as fadas que nos protegem durante a noite, diz também que há vários tipos de fadas, com diferentes poderes, asas e diferentes funções!

- Continuo a não acreditar, e ninguém me vai fazer mudar de ideias! - Disse Clara, teimosamente.

Naquele período, a professora ia ler o seu livro de Contos Mágicos e a Clara estava sempre a queixar-se à mãe que a professora não dizia coisa com coisa, em sua casa não parava de dizer:

- EU NÃO ACREDITO EM FADAS!

Um dia foi a uma floresta, fazer uma pesquisa para a escola e sentiu que estava a ser seguida, olhou para trás mais do que uma vez, mas não viu ninguém. De repente, as folhas velhas e coloridas do Outono que estavam no chão, ergueram-se sobre ela e formaram um corpo humano rodeado de pequenas luzes que mais pareciam pirilampos. Clara, assustada exclamou:

- Quem és tu? O que queres de mim?

- Eu sou a Fada da Natureza e sou protectora das florestas, bosques e pântanos. As minhas amigas fadas de Molfet disseram-me que andas a magoá-las com as tuas palavras!

- Eu não fiz mal a ninguém!

- Não és tu, a menina que não acredita em magia e em fadas?

- Sim, sou! E, não és tu que me vais fazer mudar de ideias, disfarçada de sei lá o quê!

- Duvidas dos meus poderes? Eu posso fazer crescer árvores, flores, posso transformar uma rocha dura num animal selvagem! Sou a Fada da Natureza!

Clara, continuou a não acreditar na Fada da Natureza e foi-se embora.

Alguns dias depois, o tempo começou a aquecer e Clara foi até à praia que ficava perto da sua casa.

Quando lá chegou estendeu a sua toalha, abriu o guarda-sol e foi até ao mar. Para seu espanto um remoinho de água formou-se mesmo à sua frente e lá de dentro saiu um corpo humano. Clara assustada perguntou:

- Quem és tu? O que queres de mim?

- Eu sou a Fada do Mar, protectora do mar, com os meus poderes posso construir corais e abrigos para os peixes mais pequenos se protegerem dos predadores, ajudo os náufragos e ajudo as sereias a se esconderem dos humanos, vim aqui porque as fadas de Molfet disseram-me que andas a magoá-las com as tuas palavras.

- Outra vez! Eu não magoo ninguém e elas nem sequer existem! 
- Se disseres a frase: Eu não acredito em fadas, algures no mundo uma fada fica doente. 
- Eu não acredito em fadas. – Acabando esta frase, Clara correu para casa. 
Passado alguns dias, Clara foi ao zoo e numa viagem grátis que lá ofereceram, ela e a sua família foram visitar um pântano. Clara afastou-se muito dos pais para observar um lago gigante feito de lama que lhe despertou a curiosidade. De repente, a lama do lago juntou-se toda e formou um corpo humano. Clara assustada, disse:
- Já sei, com as minhas palavras ando a magoar as fadas de Molfet! É isso? 
- Primeiro, eu sou a Fada da Terra e vim para te levar! 
- Eu não quero ir a lado nenhum! – Disse Clara correndo em direcção aos pais. 
A Fada da Terra provocou um tremor de terra e deixou cair Clara num buraco gigante. Com os ramos da Fada da Natureza, agarraram-na e trouxeram-na para a lama. Clara continuava a querer fugir, mas a Fada do Mar fez com que a lama ficasse dura e peganhenta e não a deixasse mover. 
A Fada da Natureza, a Fada do Mar e a Fada da Terra (Fadas Madrinhas) levaram a Clara para uma aldeia mágica, chamada Molfet. 
As Fadas Madrinhas que ela conhecera, fizeram vários truques da sua magia para que ela acreditasse: 
A Fada da Natureza fez crescer um prado enorme cheio de rosas e margaridas onde as abelhas podiam desfrutar do seu saboroso mel; 
A Fada do Mar fez aparecer nesse mesmo prado, um lago com água muito limpa e cheio de peixes lindíssimos;
A Fada da Terra fez com que no lago crescessem nenúfares, e plantas marítimas lindíssimas que servissem para a sobrevivência daqueles peixes. 
Depois da magia, as Fadas Madrinhas, levaram Clara para o centro da aldeia Molfet para curar as fadas que ela tinha causado problemas (quem magoa fadas com palavras, mais tarde se lhes tocar elas ficam curadas). Clara ficou espantada com a imensa beleza da aldeia e com tantos habitantes. 
- Uau! Eu nunca tinha visto nada assim! – Exclamou extasiada. Clara naquele momento viu casas muito pequenas, muitas árvores belas e cheias de frutos mágicos, lagos encantados cheios de sereias e tritões, gigantes a ajudar os mais pequenos a atravessar os lagos, ogres a tentar arranjar condessas para dançar e uma banda de animais falantes, etc.

Quando chegaram ao curandeiro de Molfet ele levou Clara para ver as fadas, e eram dezenas! Clara com as suas mãos macias e suaves tocou em todas elas, e, cada vez que as tocava, elas levantavam-se e começavam a voar. Era espantoso!!

Clara despediu-se de todos por serem tão amáveis e pediu desculpa às Fadas Madrinhas por tudo o que lhes disse e os problemas que causou. As Fadas Madrinhas pediram a uma nuvem encantada que levasse a Clara para casa.

A partir desse dia, nunca mais voltou a dizer que não acreditava em criaturas mágicas, nunca mais gozou com aqueles que acreditavam e começou a adorar as aulas e os Contos de Magia da professora.

Depois de Clara contar a sua aventura à turma, a professora acrescentou essa história ao seu livro de Contos Mágicos. 










Uma vida diferente!

Nesta história vou-vos falar sobre um rapaz chamado Rodrigo que vive com a mãe numa casa enorme cheia de consolas e portáteis para ele. De certeza que estão a pensar que os pais o mimam muito e lhe dão tudo o que ele quer. Mas não, quem lhe dá tudo é a avó, com o objectivo de fazer com que ele passe a gostar mais dela.
Rodrigo anda num colégio de meninos ricos, todos os rapazes da sua turma adoram-no por ser o mais rico. Rodrigo não sabe o quanto isso é mau, a mãe tenta fazer com que ele mude mas nunca consegue, até que um dia…
- Mãe, o Nuno e o Rui perguntaram se eu lhes podia emprestar uma das minhas Nintendo. Posso? – Perguntou ele á mãe.
- Da ultima vez que te pediram nunca mais te devolveram.
- Mas emprestei-a ao meu melhor amigo Tiago, achas que ele me a ia roubar. Ele disse que a tinha perdido.
- E acreditaste, querido. Vou-te dizer uma coisa. Aqueles rapazes que tu trazes cá para casa, não são na realidade teus amigos. São aproveitadores. Eles aproveitam-se das tuas consolas para poderem jogar.
- Mãe, eles são meus amigos. Queres ver que me vais querer separar deles.
- Querido eu estive a pensar e … - Ainda não tinha acabado a frase quando a avó do Rodrigo entrou pela casa a dentro perguntando-lhe se queria ir ás compras com ele.
- Não, mãe! – Disse a mãe do Rodrigo. – O Rodrigo fica aqui em casa.
- Mas mãe deixa-me ir.
- NÃO! – Gritou ela, mas não adiantou porque o Rodrigo estava a caminho da porta com a avô. - EU ESTAVA A FALAR CONTIGO! NÃO É NÃO.
Rodrigo chateado foi para o quarto. Passado algum tempo a mãe de Rodrigo entra no seu quarto enorme e tenta falar com ele.
- Filho, como eu estava a dizer eu estive a pensar e decidi afastar-te desta cidade por alguns tempos.
- O quê? Já não gostas mais de mim, vais-me mandar embora?
- Eu estou a fazer isto para o teu bem.
- Vou para onde? – Perguntou ele enchendo as malas de consolas.
- Vais para Molfet, é uma aldeia um bocado longe. As crianças vivem todas em campos, rodeados por cabras e vacas. É proibido levar consolas, comida e roupa. Eles lá dão-te tudo.
- Eu já sabia que não gostavas de mim. – Disse ele.
- O autocarro leva-te ás três, tens meia hora para te despedires.
- Eu não me quero despedir, vou-me embora.
- Não me dás um beijo de despedida.
- NÃO.
- Xau, meu docinho. Vais adorar viver lá.
A viagem foi longa mas quando lá chegou admirou-se com tanto contacto com a natureza. As crianças em vez de jogarem computador brincavam ao berlinde e jogavam á caça com os cães de guarda, as casa eram cobertas de plantas e em algumas das janelas viam-se um pequeno ladrão a roubar as tartes que a avós passavam a manhã a cozinhar. Á porta dos cafés viam-se idosas sentadas em cadeiras a tricotar meias e camisolas para os netos. Era lindo.
Rodrigo fora acolhido por um rapaz da sua idade chamado Miguel.
- Olá, como te chamas?
- Eu sou o Rodrigo e tu?
- Eu sou o Miguel mas podes-me tratar por “Doce”.
- Porquê Doce e não Miguelzinho?
- Eu sou conhecido por “O ladrão das tartes das avozinhas” adoro tartes.
- Perfiro tratar-te por Miguel. Onde é que é o hotel? – Perguntou o Rodrigo.
- Se chamas a este celeiro, de hotel. Tudo bem.
-Eu vou dormir num celeiro?
- Sim.
- E onde é que é o bar.
- Nós não temos bares, apenas este café.
- Eu vou odiar viver aqui.
- Não vais nada. O melhor que há é viver no campo – Disse o Miguel, orgulhoso. – O pequeno almoço é na barraca azul ás 7.00, o almoço é na barraca vermelha ao meio dia e o jantar é na barraca verde ás 7.00.
- Tão cedo. Eu não consigo acordar ás 7.00.
- Que quiseres tomar o pequeno-almoço, tens de acordar á 6.30.
- O.K. – Disse ele, pouco entusiasmado.
Quando acordou, ás 7.00 em ponto, viu no meio da palha uma túnica para vestir. Depois de se preparar foi para a barraca azul. Quando lá entrou viu muita gente que não parava de dizer: “Bom dia”, “Dormiste bem”, “Bom apetite”, …
Sentou-se á beira do Miguel, olhou para a mesa e lá tinha leite natural, pão e fruta.
- Miguel. – Sussurrou ele. – Eu não costumo comer esta comida. Não tens leite do supermercado e cereais de chocolate?
- Não tenho leite do supermercado mas tenho cereais integrais, na barraca rosa. É a nossa despensa.
- Eu vou lá buscar.
No caminho encontrou um coelhinho que parecia se ter picado numas silvas, levou-o para o celeiro e tirou o pico com um pouco de palha afiada. Gostou tanto do coelho que lhe deu um nome, Matias. A partir daí nunca mais o largou e o coelho também não.
Passado dois meses, o Rodrigo já se tinha habituado a viver na aldeia. Começou a comer fruta e pão, começou a vestir túnicas de pobres, deixou de resmungar por não gostar daquela comida, porque sabia que haviam pessoas que não tinham nada que comer, … mas infelismente tinha de voltar para casa.
Despediu-se dos seus amigos e foi embora para casa com o Matias. Quando lá chegou, …
- Mãe, tive tantas saudades. Desculpa por não te ter dado um beijo e por ter dito que tu não gostavas de mim. Adoro-te. - Disse ele arrependido.
- Ainda bem que gostaste, estava com medo que não.
- Mãe trouxe-te muitos presentes.
- Não me digas que levaste dinheiro. – Disse ela chatiada.
- Não, foram os Molfentes que me deram por eu me ter portado tão bem e por ser simpático. As avozinhas deram-me uma tarte de maçã e lã para tu tricotares meias para o Inverno, os meus amigos do campo deram-me berlindes e uma corda. É muito fixe, queres que eu te ensine a jogar? – Perguntou ele.
- Vejo que gostaste imenso, até trouxeste um companheiro. Como é que se chama este coelho?
- É meu, dei-lhe o nome de Matias.
- É lindo.
- Olá, meu querido. – Disse a avó do Rodrigo abrindo a porta da entrada. – Que roupas são essas, anda comigo vou-te comprar roupas do mais caro que há.
- Não! – Disse a mãe de Rodrigo.
- Mãe não te preocupes.
A mãe foi a correr para o quarto pensando que o seu filho a tinha trocado por roupas. Enquanto ele estava a dizer á avó para NUNCA MAIS lhe comprar nada, nem NUNCA MAIS lhe pedir para ir ás compras.
Passado algum tempo entrou no quarto da mãe com 4 enormes sacas com consolas e roupas caras.
- Mãe, quero dar isto ao pobrezinhos.
- Mas querido tu gostas tanto destas consolas. Não foste com a avó às compras?
- Achas que te ia deixar sozinha. Eu nunca mais vou com a avó às compras. Posso dar isto?
- A mãe muito contente deu um enorme abraço ao filho e respondeu que sim.
Após o jantar, Rodrigo sentou-se no colo da mãe com olhos de ursinho e perguntou:
- Mãe, podemos ir viver para Molfet.
- A mãe, não lhe respondeu desatou a ir para o quarto a chorar. Quando saiu de lá, vinha com um enorme sorriso e com malas ás costas.
- Porque é que choraste e o que são essas malas?
-Partiremos amanhã!
Rodrigo ficou tão contente que desatou a rir, a pular e a dançar.
A partir daí, Rodrigo aprendeu a importância do amor dos pais e aprendeu a obedecer á mãe. Nunca mais lhe pediu nada. Começou a andar numa escola normal com o Miguel e o Matias.

NUNCA MAIS DEIXOU MOLFET, E AGORA É MUITO FELIZ RODEADO DE CABRAS, OVELHAS, VACAS, CÃES DE GUARDA, …
!!!FIM!!!


Ponto de Exclamação

Certo dia, numa calorosa e linda manhã do País das Letras, uma coisa extraordinária aconteceu.                           
Em todas as ruas da cidade se ouvia falar de um recém-nascido, de um ponto de exclamação.                                           
Esse tão falado, era um belo pedaço de erva com uma bolota no fim. Em todos os jornais do País se dizia:
-Nova criatura nasce!
Foi uma conversa que durou meses.
Até que um dia o ponto disse:
-Estou farto de ser o centro das conversas! Todas as pessoas falam de mim!
Naquele país, viviam as mais estranhas letras, que não eram utilizadas nas frases. Todos os anos eram retirados pelos humanos uma letra que seria utilizada no Alfabeto Português. E todos os anos nascia uma nova letra, com o mais esquisito aspecto.
Finalmente, chegou o dia tão esperado, o dia da “Colheita das Letras”. Nesse dia, um humano entrava no seu imaginário mundo e libertava uma letra, que ia direitinha para o escritório do Sr. Letras e depois para o alfabeto. O escolhido não foi uma letra, mas sim um sinal de pontuação, que a partir daquele momento, foi o mais representado nas frases. A partir daí foi chamado o Ponto de Exclamação e toda a cidade começou a dizer:
- Que bela manhã!
-Que lindo!
-O Ponto de Exclamação mudou a nossa vida!

Realizado por: Inês Isabel da Silva Bastos